Num encontro com o sopro do vento
sufocam-me palavras que em mim guardo
e nem sequer a força d’um petardo
livra-me deste profundo tormento.

Escute, óh céus, este triste lamento
de um homem que é infeliz e bastardo,
porque carrega o lamentável fardo
de calar o amor, pulcro sentimento.

Desvela-me, lua! Mostra-me às estrelas.
Porque de mim encontram-se distantes.
Assim nenhum momento hei de temê-las.

Estarão todas elas cintilantes.
As palavras, não mais irei retê-las.
Deixarão de ser fardo: serão estrelas.

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